Carta de Anne Sexton para a Filha

Querida Linda,
Estou no meio de um voo para St Louis para fazer uma leitura. Eu estava lendo uma história na New Yorker que me fez pensar na minha mãe e completamente sozinha no assento eu sussurrei ‘Eu sei, Mãe, eu sei’. (Achei uma caneta!). E pensei em você – algum dia voando para algum lugar completamente sozinha e eu morta talvez e você querendo falar comigo.
E eu quero te responder (Linda, talvez não seja voando, talvez seja na sua própria mesa de cozinha bebendo chá durante alguma tarde quando você tiver 40 anos. A qualquer hora) – Quero te responder
1º Eu te amo
2º Você nunca me decepcionou
3º Eu sei. Já estive lá. Eu também já tive 40 anos e uma mãe morta, de quem eu ainda precisava.
Essa é a minha mensagem para a Linda-de-40 anos. Não importa o que aconteça, você sempre foi minha passarinha, minha excepcional Linda Gray. A vida não é fácil. É terrivelmente solitária. Eu sei disso. Agora você também sabe – esteja onde estiver, Linda, conversando comigo. Mas eu tive uma vida boa – eu escrevi e fui infeliz – mas eu vivi ao máximo. Você também, Linda – Viva ao MÁXIMO! Acima de tudo. Eu te amo, Linda-de-40-anos, e amo o que você faz, o que você descobre, o que você é! – Seja sua própria mulher. Seja daqueles que te amam. Fale com meus poemas, e fale com seu coração – eu estou em ambos: se precisar de mim. Eu menti, Linda. Eu amei sim minha mãe e ela me amou. Ela nunca me abraçava mas eu sinto saudades dela, por isso tenho que negar que a amava – ou que ela me amava! Boba da Anne! Isso mesmo!
Beijo beijo beijo
Mãe